Boas vindas

Olá sejam todos bem vindos ao nosso blog!!!!


NÃO SABEMOS E NEM TEMOS UMA FÓRMULA PARA QUE ESSA EDUCAÇÃO INCLUSIVA ACONTEÇA, O QUE ESTAMOS BUSCANDO É O ESTUDO PARA A MELHORIA DE NOSSO CONHECIMENTO, BEM COMO DE NOSSA EDUCAÇÃO.


"Inclusão é o privilégio de conviver com as diferenças" (Mantoan)







quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Vídeo para uma reflexão em torno da inclusão de portadores de necessidades especiais!

Superdotado



Superdotados ou Portadores de Altas Habilidades são aquelas pessoas que possuem um grau de habilidade significativamente maior do que a maioria da população. Os superdotados geralmente possuem grande facilidade e rapidez para aprender, possuem um elevado grau de criatividade, são muito curiosos, possuem grande capacidade para analisar e resolver problemas, além de possuírem um senso crítico bastante elevado.

Embora essas pessoas possuam grandes vantagens nos processos que abrangem o lado intelectual, como no desempenho em provas escolares, vestibulares e na capacidade criativa, os superdotados podem encontrar algumas dificuldades sociais e de convivência. Muitas crianças superdotadas procuram a companhia de pessoas mais velhas, na tentativa de encontrar parceiros com o mesmo nível intelectual. Além disso, podem ocorrer nestas pessoas, o desencadeamento do medo da não-aceitação social, sintomas de ansiedade, solidão e até mesmo de depressão.

O grau das habilidades de uma pessoa Portadora de Altas Habilidades (PAH), como os especialistas preferem dizer, é medido através de um teste de Q.I (Quociente de Inteligência). Esse teste consiste num conjunto de tarefas e problemas a serem resolvidos, onde os acertos são contabilizados como pontos. A média geral é em torno de 100 pontos, portanto as pessoas que ultrapassam esse patamar podem ser consideradas superdotadas.

Existem vários tipos de habilidades em que os Portadores de Altas Habilidades podem ser enquadrados. As habilidades podem estar relacionadas com a área acadêmica, onde o indivíduo tira notas muito boas e possui enorme facilidade em assimilar o conteúdo; com o área artística, tendo grande talento em expressar suas emoções através da música ou pintura, por exemplo; e na área psicomotora, com ótimos desempenhos em esportes e atividades que requeiram boa coordenação do corpo.

É importante que os pais que possuem filhos portadores de altas habilidades, discutam a questão com a criança ou adolescente, de forma clara e sincera. Aliado a essa posição, eles também devem incentivar e apoiar a convivência de seus filhos com outras pessoas, além de estabelecerem limites e fazer com que seus filhos entendam.


Para mais informações:
http://www.brasilescola.com/psicologia/superdotado.htm

Dados sobre a deficiência






De acordo com o IBGE, existem cerca de 7 bilhões de pessoas no mundo, sendo que estima-se que cerca de 500 milhões possuem algum tipo de deficiência, e dessas 500 milhões, 12 milhões estão no Brasil.



 As deficiências são de várias tipologias:



Ø  Deficiência Mental
Ø  Deficiência Física
Ø  Deficiência Auditiva
Ø  Deficiência Múltipla
Ø  Deficiência Visual


E de várias causas:
Ø  Pre - natal: fatores diversos, doenças que mãe pode ter adquirido na gestação, remédios que não poderiam ser tomados, o uso de drogas, exposição á efeitos radiativos (RAIOS-X), distúrbios genéticos, entre outros;
Ø  Acidentes no parto: a demora no parto e nascimento pode faltar oxigênio no cérebro, queda, bebês prematuros, deslocamento de alguma vértebra, atingindo a medula espinhal,a má assistência ao parto pode causar traumatismos fetais, que podem levar não só a deficiência mental, como também a deficiências físicas ou motoras e sensoriais, entre outros;
Ø  Causas Pós-Natais: desnutrição infantil: privação sócio-econômico-cultural, isto é, além de falta de alimentação adequada, a criança não recebe a estimulação necessária ao seu desenvolvimento.
Ø  Infecções do Sistema Nervoso Central e Periférico: meningites, encefalites, septicemias (infecções generalizadas), poliomielite.
Ø  Acidentes domésticos: ocorrem na maioria das vezes com crianças, e falta de cuidado entre adultos, uma queda, ao ingerir algum tipo de remédio ou produto químico, em uma brincadeira a criança pode ficar cega ou surda:
EXEMPLO: quando eu tinha cerca de 6 anos em uma brincadeira com minhas amigas, de médico, elas colocaram dentro do meu ouvido um galho, e acabou quebrado, tive que ir no médico para retirar o pedaço de galho que lá ficou, e por pouco não atingiu meu tímpano.Esse é apenas um exemplo, não terminou mal, mas poderia ter perdido a audição de um dos ouvidos.
Ø  Acidentes no transito: cerca de 10 milhões de pessoas se envolvem em acidentes por ano, e muitas vezes com grave conseqüência que incluem: amputações, ferimentos cerebrais, paraplegia e quadriplegia.
Ao analisarmos todos esses dados é impossível, não querermos lutar pela INCLUSÃO, sabendo que estamos sujeitos a qualquer tipo de deficiência e a qualquer momento, e que podemos ter filhos, sobrinhos, primos, filhos de amigos, entre outros portadores de alguma necessidade especial.
E até quando ficaremos parados, sem fazermos nada para que a inclusão aconteça?
São 500 MILHÕES DE PESSOAS NO MUNDO, E 12 MILHÕES NO BRASIL, que muitas vezes não tem o mesmo acesso, as mesmas oportunidades.
Falam de inclusão, mas não a praticam... ESCOLAS a maioria não estão adaptadas para acolhê-los (não existe banheiro para cadeirantes, barras de segurança, sem contar as escadarias), a mídia não da acesso( não existe um programa, um jornal na televisão aberta que tenha a língua de sinais( LIBRAS), se tem, muito raro, ou é só pra anunciar a programação, ou no canto da tela.
E são vários setores que restringem o acesso do PORTADOR DE NECESSIDADE ESPECIAL.
Então pense, reflita, e principalmente abrace essa causa!!!
INCLUSÃO É PRECISO!!

AUTORIA: PATRÍCIA LIMA

Referência:



terça-feira, 28 de setembro de 2010

Acesso aos Portadores de Necessidades Especiais



 A inclusão é uma evolução na educação do nosso país, mas cremos que não adianta ser somente garantida na lei, mas é preciso à inovação da infraestrutura das escolas que deveria ter acontecido simultaneamente com a lei, pois deve-se garantir a inclusão e o acesso na escola, tanto dentro como fora dela.
Para garantir o acesso do portador de necessidade especial dentro das instituições de ensino regular é preciso toda uma adaptação, tal como adaptações como rampa de acesso, instalação de barras de apoio, alargamento das portas, banheiros adaptados, materiais de apoio pedagógico como a linguagem em Braille, libras, pranchas ou presilhas para prender o papel na carteira, suporte para lápis e computadores adequados para atender as necessidades destes alunos, terem rampas no meio fio na entrada da escola, calçadas apropriadas aos portadores sem ondulações, estacionamento reservado.
Mas não é isso que temos visto em nossa realidade, ainda estamos muito longe de dar um acesso de qualidade aos nossos alunos portadores de necessidades especiais, pois as adaptações nas instituições de ensino pouco aconteceram, pois em muitas instituições que visitamos ainda existem muitas escadarias para o acesso as salas, cantinas, banheiros, sem contar que as portas são estreitas, banheiros não são adaptados a cadeirantes, entre tantos outros problemas visualizados na infraestrutura das instituições públicas e privadas.
Podemos concluir que para que ocorra a inclusão de fato é preciso garantir também o acesso e a permanência do aluno, pois a dificuldade encontrada na própria acessibilidade já será uma forma de exclusão que não deve acontecer, é preciso exigirmos de nossos governantes esta acessibilidade aos portadores de necessidades especiais para que de fato a inclusão seja uma realidade em nossas escolas.
Autoras: Fernanda Miranda e Patrícia Lima.




O que um professor realmente precisa para atuar em uma sala inclusiva?




O professor para atuar em uma sala inclusiva ele difere de um professor que atua em uma sala de educação especial, por isso ele não só precisa de um curso de especialização mais também de saberes construídos no dia a dia, na sua prática, precisa da interação com os colegas,  e também é importante identificar o tipo de deficiência que o aluno possui.
O professor deve fazer cursos como: capacitação para atender alunos com deficiência visual, o professor precisa aprender utilizar o Braille e código matemático unificado, curso sobre orientação e mobilidade, capacitação de professores para atuarem na educação e reabilitação de alunos com cegueira e baixa visão, curso de adaptação e transcrição Braille, capacitação de adaptadores e transcritores de braille com vistas à produção de livros didáticos em Braille, precisa do curso de capacitação na área de libras para atuar com alunos surdos, aprender o manejo de equipamentos necessários para alunos portadores de deficiência, entre outros.
Bom o professor precisa estar capacitado para lidar com a inclusão na sala de aula, com especializações, formação continuada, cursos em gerais nessa área, porém não é somente isto que o professor necessita para estar realmente capacitado, ele precisa refletir sobre sua prática, bem como mudanças na forma de ver, pensar e fazer a educação escolar e a docência, encarar a inclusão como um grande desafio, e desafiar como tal, ter a interação do corpo docente trocando experiências e trabalhando coletivamente, obter e exigir ajuda dos órgãos governamentais.
O professor da rede regular não possui a formação como os professores da educação especial, porém isto não é impossível para ele, o professor da rede regular possui seus saberes na prática cotidiana, com a própria experiência no trabalho.
Portanto o professor precisa da formação continuada, como também na sua própria prática cotidiana ensinando e aprendendo com os alunos incluídos em um processo de acolhimento, interação com os colegas e estando sempre abertos as diferenças, pois todas as crianças tem direito á educação, e á inclusão!
Autoria: Fernanda Miranda

Referencias:
ANPED.www.anped.org.br/reunioes/28/textos/gt15/gt151153int.rtf
EGAL.egal2009.easyplanners.info/.../3431_Mamede_Pires_Danubia.doc








sábado, 25 de setembro de 2010

Artigo de:ELIZABET DIAS DE SÁ

A educação inclusiva no Brasil: sonho ou realidade?
 
RESUMO:
Nesta exposição, procuro apontar alguns desafios e polaridades que permeiam o discurso e a ação de todos aqueles que estão envolvidos com a problemática da educação inclusiva no Brasil. Não tenho a pretensão de validar teoricamente as constatações e inferências construídas a partir da vivência de pessoa cega e do engajamento político em diversos setores do poder público e da sociedade.
Os fenômenos e situações focalizados são indicadores da polaridade entre educação inclusiva e educação especial. Nesta perspectiva, procuro destacar os principais problemas, dificuldades e impasses presentes no quotidiano do trabalho com pais, educadores, especialistas, gestores de políticas públicas e outros atores sociais. Ao traçar este panorama, apresento um breve relato de experiência com o objetivo de estimular a reflexão acerca dos meandros e sutilezas do universo humano diante do complexo movimento de sujeição ou de transformação da realidade.
* * * *
 
O discurso acerca da inclusão de pessoas com deficiência na escola, no trabalho e nos espaços sociais em geral, tem-se propagado rapidamente entre educadores, familiares, líderes e dirigentes políticos, nas entidades, nos meios de comunicação etc. Isto não quer dizer que a inserção de todos nos diversos setores da sociedade seja prática corrente ou uma realidade já dada. As políticas públicas de atenção a este segmento, geralmente, estão circunscritas ao tripé educação, saúde e assistência social, sendo que os demais aspectos costumam ser negligenciados.
A educação destas pessoas tem sido objeto de inquietações e constitui um sistema paralelo de instituições e serviços especializados no qual a inclusão escolar desponta como um ideal utópico e inviável. A saúde limita-se à medicalização e patologização da deficiência ou à reabilitação compreendida basicamente como concessão de órteses e próteses. A assistência social traduz-se na distribuição de benefícios e de parcos recursos, em um contexto de miséria e de privações, no qual impera a concorrência do assistencialismo e da filantropia. Em cada um destes setores, o foco do atendimento privilegia uma certa dimensão do contexto de vida familiar, comunitário e social.
Para a educação, o sujeito com deficiência é um "aluno especial", cujas necessidades específicas demandam recursos, equipamentos e níveis de especialização definidos de acordo com a condição física, sensorial ou mental. No âmbito da saúde, o mesmo aluno é tratado como "paciente", sujeito a intervenções tardias e de cunho curativo, enquanto no campo da assistência social ele é um "beneficiário" desprovido de recursos essenciais à sua sobrevivência e sujeito a formas de concessão de benefícios temporários ou permanentes de caráter restritivo. O que se observa, nestes  setores, são ações isoladas e simbólicas ao lado de um conjunto de leis, projetos e iniciativas insipientes e desarticuladas entre as diversas instâncias do poder público. Em todos os casos, percebemos uma concepção de sujeito fragmentado, incompleto sem a necessária incorporação das múltiplas dimensões da vida humana.
Existe uma teia de contradições e um fosso entre o discurso e a ação, pois o mundo continua representado pelo "nós, os ditos normais" e "eles", as pessoas com deficiência. Tais observações podem parecer pouco otimistas e talvez o sejam por representarem a perspectiva de quem tem a experiência da exclusão atravessada nas cenas do quotidiano e nos descaminhos da própria existência.
Dificilmente, conseguimos abordar esta realidade sem exaltações ou animosidades, pois o tema tem suscitado debates calorosos que trazem em seu teor concepções divergentes e acentuam o antagonismo entre educação especial e inclusiva. Via de regra, deparamos com argumentos que se justificam pela análise do óbvio, isto é, pela explicitação das dificuldades e limitações vivenciadas no contexto do sistema escolar e no ambiente da sala de aula.
Os professores do ensino regular ressaltam, entre outros fatores, a dura realidade das condições de trabalho e os limites da formação profissional, o número elevado de alunos por turma, a rede física inadequada, o despreparo para ensinar "alunos especiais" ou diferentes. Os professores da educação especial também não se sentem preparados para trabalhar com a diversidade do alunado, com a complexidade e amplitude dos processos de ensino e aprendizagem. A formação destes profissionais caracteriza-se pela qualificação ou habilitação específicas, obtidas por meio de cursos de pedagogia ou de outras alternativas de formação agenciadas por instituições especializadas. Nestes cursos, estágios ou capacitação profissional, esses especialistas aprenderam a lidar com métodos, técnicas, diagnósticos e outras questões centradas na especificidade de uma determinada deficiência, o que delimita suas possibilidades de atuação.
Além disso, constatamos o receio, a insegurança e a resistência dos pais que preferem manter os filhos em instituições especializadas temerosos de que sejam discriminados e estigmatizados no ensino regular. Muitos deles desistiram por terem ouvido tantas vezes que não havia  vaga para o seu filho naquela escola ou que o melhor para ele é uma escola especial. Outros insistem por convicção ou simplesmente por se tratar da única opção no local de moradia da família, pois existem os que estão fora da escola pelas razões aqui apontadas.
Os representantes de instituições e serviços especializados reagem ao risco iminente de esvaziamento ou desmantelamento destas estruturas. Trata-se de um campo de tensões no qual se manifestam o espírito de corpo e a con(fusão) entre as estruturas e os sujeitos nelas inseridos, o que dificulta a reflexão e o aprofundamento do debate.
Esta realidade caótica evidencia um confronto de tendências opostas entre os adeptos da educação inclusiva e os defensores da educação especial. Por outro lado, constatamos uma inegável mudança de postura, de concepções e atitudes por parte de educadores, pesquisadores, de agentes sociais, formadores de opinião e do público em geral. Estas mudanças se traduzem na incorporação das diferenças como atributos naturais da humanidade, no reconhecimento e na afirmação de direitos, na abertura para inovações no campo teórico-prático e na assimilação de valores, princípios e metas a serem alcançadas. Trata-se, portanto, de propor ações e medidas que visem  assegurar os direitos conquistados, a melhoria da qualidade da educação, o investimento em uma ampla formação dos educadores, a remoção de barreiras físicas e atitudinais, a previsão e provisão de recursos materiais e humanos  entre outras possibilidades. Nesta perspectiva se potencializa um movimento de transformação da realidade para se conseguir reverter o percurso de exclusão de crianças, jovens e adultos com ou sem deficiência no sistema educacional.
 
Uma outra realidade
Recentemente, participei de uma atividade com alunos de 06 e 07 anos em duas turmas do primeiro ciclo de uma escola da rede privada de Belo Horizonte. Tratava-se da culminância de um projeto no qual estes alunos exploravam os cinco sentidos. Meu papel era o de explicitar as possibilidades de discriminação tátil, auditiva, gustativa e olfativa, considerando-se a ausência da visão. As crianças fizeram perguntas e comentários com interesse e curiosidade. Perguntaram como fiz para chegar na escola e em casa, se sabia como era a sala de aula, como faço para combinar as cores, contar o dinheiro e trabalhar. As crianças e os adultos são igualmente curiosos e costumam ter as mesmas indagações. Mas, elas perguntam de forma espontânea, direta e sem rodeios.
Ao responder às perguntas dos alunos, estabeleceu-se uma interação lúdica e investigativa caracterizada pela troca de informações e pelo exercício de descrição dos objetos, das pessoas e do ambiente da sala de aula. Em dado momento, um deles perguntou se eu podia dirigir; ouvi um coro de "não" e, no fundo da sala, uma voz solitária repetia "pode sim", motivando uma alvoroçada contestação. Era Pedro que parecia ter uma opinião bem diferente. Sugeri que ele nos explicasse como é possível dirigir sem enxergar. Ele explicou:
- Se tiver um aparelho, tipo um robô que fala pra ela virar pra esquerda, pra direita, pra trás, prá frente, fazer a curva...
A explicação provocou risos. Comentei que Pedro era uma criança cheia de imaginação e que, quando eu tinha a idade dele, não sabia que existia computador e nem desconfiava que os computadores poderiam falar. O tempo passou e tenho um computador que fala e lê para mim tudo que aparece escrito na tela. Conclui que, quando Pedro tiver a minha idade, talvez, seja mesmo possível uma pessoa cega fazer coisas que não conseguimos imaginar atualmente.
A conversa continuou animada e do computador chegamos ao sistema braille. Aproveitei para explicar que no tempo dos avós de seus avós era muito difícil acreditar que uma criança cega podia brincar e estudar em uma escola junto com as outras crianças. Contei que, naquele tempo, em um país bem longe do Brasil, havia um garoto esperto, inteligente e curioso como todas as crianças e considerado diferente porque não enxergava. Seu nome era Louis Braille e ele gostava muito de estudar. Depois de muito pensar e tentar, descobriu uma maneira de transformar  as letras e os números em um conjunto de pontos e, assim, criou o Sistema Braille,  uma forma de ler e escrever com as mãos. ele conseguiu o que parecia impossível: converter seu sonho em realidade.
Não espero de todos uma capacidade criativa e prodigiosa como a de Louis Braille, mas, desejo para todos o despojamento de Pedro no sentido de vivermos o tempo presente em sintonia com as inesgotáveis possibilidades do conhecimento e convencidos das potencialidades humanas. Talvez assim fosse mais simples converter em realidade o sonho de uma escola para todos.
Obs:Para mais informações consulte o site: http://www.espacoacademico.com.br/014/14csa.
*Pós-graduada em Psicologia Educacional, trabalha na Secretaria Municipal de Direitos da Cidadania e exerce a presidência do Conselho Municipal da Pessoa Portadora de Deficiência de Belo horizonte-MG

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

O caminho percorrido de crianças especiais, do passado até os dias atuais.









 CAMINHOS PERCORRIDOS...





Em diferentes épocas e culturas, da história da humanidade, o tratamento com as pessoas portadoras de deficiência tem sido diferente vejamos:
Muitos estudiosos dizem que na Época Primitiva da história da humanidade era comum que as tribos se desfizessem das pessoas com deficiências, pois o que predominava era lei do mais forte, e eles eram considerados como estorvo.
Na Índia todas as crianças que nasciam com algum tipo de deficiência eram jogadas no Rio Ganges, era vistas como castigo dos deuses, em outros relatos essas crianças eram banhadas acreditando que as águas do Rio curariam.
Na China pregava que crianças deficientes deveriam ser tratadas com carinho e deveria ser tratadas com responsabilidade social, algumas idéias como o uso de massagem, por banhos medicinais.
No Egito Antigo, estudos comprovam que pessoas com deficiências viviam normalmente e por muito tempo foi considerada a “terra dos cegos”.
Na Antiga Grécia assim como na época primitiva o que predonimava era a LEI DOS MAIS FORTES, então quem nascia com algum tipo de deficiência era abandonadas ou até mesmo mortas.
Na  Antiga Roma era permitido aos pais o afogamento no caso de serem deficientes. Mas o que esses pais faziam na maioria das vezes era abandonar essas crianças em cestos no leito dos rios, e os sobreviventes geralmente se tornavam mendigos, ou trabalhavam em circos.
No Império Romano com o surgimento do cristianismo e a doutrina do amor e caridade, as coisas mudaram um pouco, havendo até mesmo relatos de imperadores com má formação.
Na Idade Média as crianças com qualquer tipo de deficiência eram tratadas como CASTIGO DE DEUS!Muitos eram afastados de suas famílias e ridicularizados pelos mais poderosos, sendo usados por eles como foco de diversão. Ainda na Idade Média, a história começa a mudar, o Rei Luiz IX, século XIII, criou o primeiro hospital para pessoas cegas.
No século XV, Gerolamo Cardomo, inventou um método para que as pessoas surdas pudessem ler e escrever.
 No século XVI, Pedro Ponce de Leon, criou o método de sinais para ensinar pessoas surdas. Logo depois Pablo Monet escreve um livro sobre o método língua de sinais.
 Charles Barbier cria a pedido de Napoleão Bonaparte um código que foi usado em guerra, que depois veio a apresentar no Instituto dos cegos, em Paris, hoje conhecido como BRAILLE.
NO BRASIL FOI CRIADO NO SÉCULO XVIII, o Imperial Instituto dos Meninos Cegos (atualmente Instituto Benjamin Constant), por meio do Decreto Imperial nº 1.428, de 12 de Setembro de 1854. Em 26 de setembro de 1857, o Imperador, apoiando as iniciativas do Professor francês Hernest Huet, funda o Imperial Instituto de Surdos Mudos (atualmente Instituto Nacional de Educação de Surdos – INES) que passou a atender pessoas surdas de todo o país, a maioria abandonada pelas famílias.
De 1902 á 1912, surgiu na Europa uma instituição para preparar pessoas com deficiências para viverem na sociedade, passando a arrecadar fundos, e se preocupando a importância de construir possibilidades de pessoas portadoras de necessidades especiais conviverem em sociedade.
Em 1904, na cidade de Londres realizou-se a Primeira Conferência sobre Crianças Inválidas, tendo como tema principal a integração na sociedade das crianças institucionalizadas. Ao mesmo tempo, nos Estados Unidos, na cidade de Saint Louis, organizou-se o primeiro Congresso Mundial dos Surdos para discutir os métodos de comunicação por sinais e o do oralismo.
Em 1948 art. 25 a ONU (Organização das Nações Unidas), expressa que é direito as deficientes usado como termo “invalido”, a um padrão de vida de qualidade, sendo disponibilizado á saúde, alimentação, entre outros, trazendo assim um bem-estar.
 CAMINHO PARA A INCLUSÂO.
Teve início nos Estados Unidos através da Lei Pública 94.142, de 1975 e, atualmente, há em todo Estados Unidos  estabelecimento de programas e projetos dedicados à Educação Inclusiva.
Fora dos Estados Unidos a situação também não é diferente, o mais conhecido centro de estudos  a respeito de Educação Inclusiva é o CSIE, da Comunidade Britânica, sediado em Bristol.
Se no mundo a inclusão é recente, no Brasil é ainda mais:
Inicia –se com a constituição de 1988, que diz que é DEVER do ESTADO garantir atendimento ao portador de necessidade especial, preferencialmente nas redes regulares de ensino.
No decreto n°. 914/93 Institui política de integração da pessoa portadora de necessidades especiais.
Em 20 de dezembro de 1996, institui a LDBN, da educação especial :” Parágrafo único. O poder Público adotará, como alternativa preferencial, a ampliação do atendimento aos educandos com necessidades especiais a própria rede pública regular de ensino, independentemente do apoio às instituições previstas neste artigo”.
 Em 1999, Cria o CONADE (Conselho Nacional dos Direitos dos Portadores de Necessidade Especial).
Em 2001, promulga a lei contra qualquer tipo de discriminação contra PESSOAS PORTADORAS DE NECESSIDADES ESPECIAIS. Decreto 3.956, de 08 de outubro de 2001.
Em 2007, estabelece o compromisso pela inclusão dos Portadores de necessidades especiais.
Em 2008, Decreto 6.571, de 17 de setembro de 2008, onde dispõe a garantia de atendimento especializado e acessibilidade do portador de necessidade especial no ensino regular.
Ao analisar toda história devemos refletir sobre todos os embates, e quebrar todo e qualquer tipo de exclusão em nossas escolas, e principalmente, em nossa sociedade, e construirmos e fazermos uma sociedade MAIS JUSTA E INCLUSIVA.

Autoria: Patrícia Lima

FONTE PARA MAIS INFORMAÇÕES:






Portadores de Necessidades Especiais – Tipologia:

De ordem física : hemiplégicos, paraplégicos, tetraplégicos, mutilados.
De ordem sensorial: deficientes visuais, deficientes auditivos.

De ordem mental: situações mais frequentes: portadores de Síndrome de Down, autismo, paralisia cerebral.

Outros: o superdotado, o portador de TDAH (portador do transtorno de deficit de atenção e hiperatividade) e o portador de TDA (portador de transtorno de deficit de atenção), síndrome de west.

Distúrbios de aprendizagem: dislexia,disgrafia, gagueira, baixo nível de cognição.

Para mais informações:

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Depoimento de uma professora cega que atua em uma escola regular.

Inclusão: Conhecer, agir e viver
p/Maria da Conceição D. Magalhães

O que vou relatar aqui é fruto da construção de uma prática referenciada no trabalho com pessoas portadoras de necessidades educacionais especiais, sejam elas alunos ou professores. Espero que meu relato possa ajudar aos que acreditam ou desejam um mundo mais inclusivo. Sou professora do ensino fundamental e trabalho na Escola Municipal Antônia Ferreira, na periferia de Belo Horizonte. Esta escola possui 17 salas e funciona em três turnos. No primeiro, atende a crianças do segundo ciclo (9, 10 e 11 anos). No segundo, a crianças do primeiro ciclo (6, 7 e 8 anos) e, no noturno, o atendimento é para os jovens e adultos. Eventualmente este ano, a escola tem duas turmas do segundo ciclo no turno da tarde. Parte de seu alunado é de classe média baixa e parte é bem pobre. É comum as pessoas estranharem o fato de eu ser cega e trabalhar em uma escola regular, alfabetizando alunos ditos "normais" e, entre eles, uma criança com paralisia cerebral que não fala e tem coordenação motora bastante comprometida. Vivemos hoje a busca de preparo ou a tentativa de se cumprir o imposto por lei quanto à inclusão dos portadores de necessidades específicas, como pessoas capazes de exercer sua cidadania em diferentes espaços, independente de terem ou não "perfeições" ou "imperfeições" físicas ou mentais. Ser cega me mostrou que a escola não tem conseguido formar pessoas que sentem prazer na leitura, tal é e sempre foi a dificuldade que tive para conseguir ledores ao longo de minha vida estudantil ou profissional. Mostrou-me também como a leitura em voz alta é, para muitos, traumatizante e desritmada. Apontou-me a dificuldade que as pessoas que enxergam têm para descrever imagens, cenários ou espaços físicos. A falta de visão Atrasou minha vida escolar e profissional. Afastou-me de alguns e fortaleceu minha união com outros. Ensinou-me que o nosso mundo não é só imagens, cor e brilho. Enfim, me fez dar mais valor à vida e às relações humanas. Conscientizar-me de que a minoria da qual faço parte não é tão pequena assim e de que ela também pode ser produtiva me levou a procurar mais informações e encontrei na literatura e na pesquisa caminhos para minha vida profissional. Escolher um trabalho altamente visual exigiu muita fé, que encontrei em valores religiosos, e muita vontade de conseguir ser e fazer. Esta opção me levou à vivência de sentimentos extremos e dicotômicos, principalmente no início de minha vida profissional. Por um lado, vivia a empolgação exagerada por qualquer avanço percebido em meus alunos e por outro, a frustração por ter consciência de que aqueles avanços eram insignificantes tanto em relação aos meus ideais, quanto ao produto esperado pela escola. A satisfação pessoal por estar construindo uma relação horizontal com alunos e pais era acompanhada pelo constrangimento de ser e de fazer tão diferente do ser e do fazer de meus pares de trabalho. Minhas vivências, leituras e os meus sonhos embasaram minha postura em sala de aula, o que me levou a procurar, fora de meu trabalho, pessoas que tinham a prática que eu almejava. Era preciso estudar, pesquisar, consultar, trocar experiências e avaliar com pessoas que tinham a mesma concepção de escola. Esta decisão me ajudou a avançar em meus ideais, mas também distanciou-me dos colegas de trabalho. Minhas diferenças, necessidades e dificuldades me trouxeram sofrimento, constrangimento e muita busca de melhoria e superação. Aprendi a importância da organização, da pesquisa, dos estudos, da avaliação constante e principalmente dos registros na vida do professor, sobretudo se ele é diferente. Alfabetizar exigiu de mim o que se exige de qualquer alfabetizador, ou seja, muito estudo sobre o tema e como a criança vivencia este processo; muita atenção aos conhecimentos prévios, interesses e avanços apresentados pelas crianças. Ter claro e deixar claro para cada aluno que ler e escrever são habilidades construídas historicamente, fruto de necessidades culturais. Tudo isso misturado com amor, determinação, respeito e amizade. Minhas experiências como estudante em escolas regulares ajudou-me a compreender melhor meus alunos "diferentes". Como eles, sempre fui uma pessoa "especial" junto aos meus grupos de convivência. Trabalhar com uma aluna portadora de paralisia cerebral me remeteu ao meu passado. Lembrei-me de minhas frustrações diante das inúmeras situações de querer e não poder ou não conseguir, vivenciadas por mim ao longo de minha vida, devido à acentuada deficiência visual e posterior cegueira. Recordei-me da grande ansiedade que sentia em muitos destes momentos e de quanto silenciosamente sofria e desejava que alguém adivinhasse meus pensamentos, se aproximasse e estendesse a mão. O que hoje sei, aprendi buscando soluções para as dificuldades surgidas, adaptando e adquirindo materiais; planejando e improvisando com freqüência, de acordo com a necessidade e mesmo por não poder contar com a ajuda de algumas colegas. Preparei-me procurando não aceitar ou combatendo as frustrações com a dinâmica perversa da escola, com seus tempos estrangulados e a abundância de incredulidades. Continuo porque sinto prazer, gosto de estar com meus alunos, de descobrir o que não sabem, de pensar em intervenções que podem ajudá-los a entender o que estão fazendo ou desenvolvendo. Sinto satisfação ao perceber seus avanços, ao sentir a auto-estima ou auto-confiança se desabrocharem. Eu me realizo com eles. Eu me vejo neles. Cresço com eles. Por eles e com eles aprendi a me valorizar e ter um pouco mais de segurança no que faço. Espero que como eu, eles também consigam ser entendidos, queridos e aceitos.
Maria da Conceição Dias Magalhães
Fonte: Texto apresentado na oficina "O Trabalho em Sala de Aula Envolvendo o Aluno com Deficiência Visual" Seminário "O Educador e o Processo de Inclusão - Diagnóstico da Educação Inclusiva no Ensino Fundamental em Belo Horizonte e Contagem" realizado nos dias 04 05 de abril de 2002 pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais - PUC/MG.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Objetivo do Blog



Tem como principal objetivo trazer informações sobre a Inclusão de crianças especiais nas escolas regulares, bem como, a estrutura escolar e capacitação dos professores, contribuindo assim, para a melhoria da inclusão de crianças especiais nas escolas regulares.